Leve-me

Postado por Lorena Broni , segunda-feira, 26 de setembro de 2011 22:13

Eu gosto sempre das mesmas palavras, e costumo usa-las com frequência
A pouco me vi escrevendo palavras diferentes em linhas diferentes num papel meio amassado
E, de repente, os costumes de sempre já não faziam o menor sentido, as palavras se perderam
As pessoas costumam não ser fiéis a tradições
E eu entendo, até me rendo de certa forma às suas regras e me esforço pra me adaptar
Eu poderia me movimentar de acordo com todas as coisas que me envolvem
Eu poderia esperar, dos teus braços, apenas o impulso
Dizendo-lhe: "-Vai, me leva pra onde tu queres"
De tudo isso sei, que no meio desses ventos loucos, hoje, exatamente hoje, me acalmei
Vou apenas seguir tuas falas
Esperar que elas me levem para onde quero tanto chegar, pelo menos ver, admirar, chegar, quem sabe, a tocar.
Eternidade, talvez.

Eu

Postado por Lorena Broni , 22:01

Durante toda a cena, interpostos, os muros. E por cima deles, pude ver, felicidade.
Difícil e, ao mesmo tempo, fácil ao ponto de se deixar tocar pela ponta do dedo.

O corpo intacto a espera de algum acontecimento pronto para o aquecer e, mesmo assim, o nada.
E então a onda de sorrisos e, então, a onda de lágrimas.


Montanha russa sentimental.

No Canto

Postado por Lorena Broni , 21:59

Estava com meus esquadros de traços retos, praticando meus desenhos técnicos
Sem liberdade. Sem expressão. Apenas reto. 
Apareceu, me fez errar, a régua saiu do lugar e então surge um traço livre, diferente
Até me vi, quando tudo o que me importava era apenas o momento em si
O que será que aconteceu comigo?
Pois todas as coisas se transformam, como me disseram: "- Querida, quando você cresce, as coisas costumam perder o encanto, seus brinquedos vão ficar no canto. Seus olhos já não mais se perderão em devaneios ao criar desenhos em nuvens."
Confusão.
Como pode o desenho ter se esvaído tão facilmente e ter levado consigo todos os meus sonhos e toda a minha falta de compromisso com toda essa burocracia que envolve absolutamente tudo ao meu redor? 
Foi-se, ficou apenas realidade.
Calculada, reta e fria.